Ciências Políticas

O que é Paternalismo

Nicolas Santos
Por Nicolas Santos. Atualizado: 2 julho 2018
O que é Paternalismo
Imagem: elise-saladamista.com.br

Quando falamos em regime democrático, usualmente pensamos num sistema onde, contando com o voto, os políticos podem ser eleitos de acordo com as suas propostas. Ou seja, se o candidato possui planos coerentes com a vontade do eleitor, ele pode, a partir de uma maioria, ser eleito. Isto é o que temos na maioria dos regimes democráticos. Porém, nem sempre é assim que funciona. Entre as diversas práticas usadas para negar ou burlar a democracia nós temos o Paternalismo, e neste artigo, umComo lhe explica mais detalhadamente o que é o paternalismo.

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Princípios do paternalismo

Em princípio, o paternalismo é uma forma de autoritarismo pré-combinado, e é justamente por isso que dissertar sobre ele se torna um desafio. Mais à frente, esperamos que você entenda o porquê de ser classificado como autoritarismo pré-combinado. Por hora, vamos falar um pouco sobre o conceito básico de paternalismo, sobre a sua relação com a ética religiosa, católica ou pentecostal, e outras ideologias fundamentalistas.

No conceito de democracia, nós temos o paternalismo decorrente quando o voto não é totalmente livre, não parte da pura decisão do cidadão coerente às propostas do candidato e sim, como um sistema de "voto familiar". Neste conceito não incluo somente a família, caso contrário, para ser eleito o candidato deveria ser uma espécie de Mr.Catra. Incluo também aqueles que partilham da mesma ética, conceitos religiosos ou fundamentalistas.

Ou seja, o processo que ocorre na base do paternalismo é quando o voto ou o apoio é dado aquele candidato não pelo o que ele pode fazer na sua posição como político, mas sim quem ou o que ele é fora da vida política. Faço esta ligação com a religião pelo fato de ser a forma mais comum de paternalismo, "vou votar em tal candidato pois ele é da mesma igreja do que eu", logo, o eleitor se identifica com o candidato. Já das formas fundamentalistas, nós temos os métodos populistas ou elitistas; aqueles que votam em políticos que dizem lutar pelo povo, mas utilizam métodos individualistas, como os populistas; aqueles que votam em políticos empresários, pois podem favorecer os seus negócios.

O paternalismo e a igreja

No exemplos acima nós vimos algumas das formas de paternalismo, então, para aproveitar a linha de raciocínio, vamos aprofundar um pouco mais o conhecimento partindo para a esfera religiosa, que como dito antes, é um pouco mais complexa.

Vale citar que entre as formas de paternalismo aquela ligada com a igreja é talvez a mais forte, isto se da pela forma em que ela molda o indivíduo. Entre os populistas ou elitistas nos temos uma mescla somente sobre interesses que, num sentido abrangente, não perde toda a sua validade de acordo com a democracia. No caso da igreja é diferente, ainda mais entre as mais rígidas, pelo fato que ela conserva no indivíduo uma forma mais modal de se pensar e agir, pois ela tem a sua própria ética.

Sem querer entrar no mérito de ética religiosa, vamos apenas pensar num exemplo, como um indivíduo evangélico. Este indivíduo claramente vai preferir eleger um candidato que também faz parte da igreja evangélica, isso não só pelo fato de que ambos podem pensar de forma muito semelhante em muitos aspectos. Mas porque ele tem a noção de que aquele candidato, por também fazer parte da sua igreja, é um homem correto, um homem de bem. Ele crê que aqueles que fazem parte do seu círculo cotidiano são melhores do que aqueles que partilham de outras crenças, sem mesmo se questionar a respeito das propostas do candidato.

A democracia é vista como uma forma de liberdade do ser que vive numa sociedade democrática, porém, poucas vezes pensamos como as outras formas de se prender e dogmatizar um ser humano podem influenciá-la.

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