Tipos de discurso

Por definição, discursos são formas de comunicação em que um emissor deseja transmitir uma mensagem ou exposição a um receptor por meio da linguagem ou da palavra. Para acompanhar e enfatizar a intenção comunicativa, ele pode ser apoiado por suportes digitais ou visuais, mas, em linhas gerais, seria composto apenas pelo texto ou pela oratória.

Dentro do conceito de discurso, podemos diferenciar várias estruturas, entre as quais se destacam:

• Discurso narrativo: fatos ou informações são colocados dentro de um cenário e contexto de espaço-tempo, real ou ficcional.
• Discurso descritivo: destina-se a transmitir informações específicas e objetivas sem avaliações pessoais.
• Discurso expositivo: procura facilitar a compreensão de um termo ou situação, construindo um texto ou oratória de forma ordenada, clara e precisa.
• Discurso argumentativo: sua intenção é transmitir uma ideia ou percepção do ponto de vista do emissor com a intenção de convencer o receptor.

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Esse tipo de discurso é articulado em torno de um contexto político. Geralmente tem uma estrutura argumentativa, pois os porta-vozes dos partidos ou das diferentes ideologias procuram, com seu tipo de comunicação, convencer e persuadir que sua forma de pensar e organizar a sociedade é a correta. Um exemplo disso seria o seguinte texto de Obama:

“(…) É por isso que devemos começar por reconhecer que, por mais leis que existam no papel, por mais declarações maravilhosas que apareçam nas constituições, por mais belas palavras que tenham sido ditas nas últimas décadas nas cúpulas ou nos corredores das Nações Unidas, as velhas estruturas de poder e privilégio, de injustiça e exploração nunca desapareceram completamente”.

O discurso religioso é aquele utilizado por pessoas relacionadas às diferentes igrejas e religiões do mundo para transmitir suas crenças e seu modo de ver a vida. É um tipo de discurso narrativo e argumentativo onde a ornamentação e a retórica são permitidas. Por exemplo, temos este discurso que o Papa Francisco fez no Natal:

“No seio da mãe Igreja, esta noite o Filho de Deus feito homem nasceu de novo. Seu nome é Jesus, que significa Deus salva. O Pai, Amor eterno e infinito, o enviou ao mundo não para condená-lo, mas para salvá-lo (cf. Jo 3,17). O Pai o deu, com imensa misericórdia. O entregou a todos. Ele o deu para sempre. E Ele nasceu, como uma pequena chama acesa na escuridão e no frio da noite. Aquele Menino, nascido da Virgem Maria, é o Verbo de Deus feito carne. A Palavra que guiou o coração de Abraão e caminha para a terra prometida, e continua a atrair aqueles que confiam nas promessas de Deus”.

Te parece familiar o típico anúncio de televenda em que uma pessoa quer convencê-lo das vantagens do produto que utiliza? Isso, precisamente, é um discurso publicitário. Sua intenção é persuadir e convencer com seu texto ou oratória das vantagens de um produto ou serviço. Por exemplo, este texto que a marca Loreal lançou o detalha perfeitamente:

“Secador, pinça, eles danificam muito o cabelo, né? Eu preciso de mais do que um condicionador. Muito mais! Novo condicionador diário Three Minute Miracle de Pantene. Penetra em seu cabelo para reparar até três meses de danos em apenas três minutos. Seu cabelo fica mais macio e brilhante, de dentro para fora. Mude para Pantene e você notará a diferença. Pantene é muito mais do que um condicionador.”

Assumir o comando de uma empresa não é uma tarefa fácil e muitas vezes a comunicação é parte fundamental para que ela funcione corretamente. É por isso que empresários e CEOs de grandes empresas desenharam um tipo de discurso especializado que eles usam para transmitir decisões, mudanças ou filosofias corporativas tanto para seus trabalhadores quanto para o resto do mundo.

Esta é uma parte do discurso que o CEO da Apple fez há pouco tempo:

“A Apple sempre teve a disciplina de tomar a decisão ousada de largar as coisas. Largamos o disquete quando ainda era popular entre muitos usuários. Em vez de fazer as coisas de forma mais tradicional e ramificar e minimizar os riscos, produzimos a unidade ótica, que algumas pessoas adoraram. Mudamos nosso conector, embora muitas pessoas gostassem do conector de 30 pinos. Algumas dessas coisas não eram populares por algum tempo. Mas é preciso estar disposto a perder de vista a costa e sair. Nós ainda fazemos."

A origem do discurso, como dissemos antes, é transmitir conhecimento e informação, assim como se fazia na Grécia Antiga. É por isso que dentro do campo acadêmico essa concepção continuou sendo preservada e, tanto nos grandes ensaios literários quanto nas aulas universitárias, utiliza-se um tipo de comunicação que tem a ver com discursos expositivos.

Por exemplo, este é um trecho de um discurso acadêmico sobre a história da educação:

“A educação naqueles tempos consistia na transmissão de um ofício (uma forma de trabalhar) pela família ou oficiantes locais (o ferreiro da aldeia ensinava seus jovens aprendizes, por exemplo); e em uma formação religiosa, que continha valores morais, considerações políticas, hábitos alimentares e mecanismos rituais (como rezar ou agradecer antes de comer).

Esses ensinamentos eram dados oralmente e por repetição, o que limitava o aprendizado à memorização e, incidentalmente, permitia a distorção da mensagem: cada um podia memorizar as coisas de uma maneira um pouco diferente.”

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Por fim, temos o tipo de discurso artístico, que é aquele que se insere em uma concepção mais subjetiva e abstrata. Nesse tipo de discurso, o conteúdo é tão importante quanto a forma e como transmite a informação. Por exemplo, um poeta ou uma história que, em última análise, quer transmitir uma mensagem pode ser considerado discurso artístico.

Um bom exemplo disso é o poema “El amor que calla” de Gabriela Mistral:

"Se eu te odiasse, meu ódio te daria

em palavras, retumbantes e seguras;

mas eu te amo e meu amor não confia

a essa conversa de homens tão sombrios!

Você gostaria que se transformasse em um grito,

e vem de tão profundo que se desfez

sua torrente ardente, desmaiou,

antes da garganta, antes do peito.

Eu sou o mesmo que uma lagoa cheia

e eu pareço para você um fornecedor inerte.

Tudo pelo meu silêncio conturbado

o que é mais atroz do que entrar na morte!”

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