O que significa URSAL

URSAL é uma sigla para União das Repúblicas Socialistas da América Latina:

• União das
• Repúblicas (ou Republiquetas)
• Socialistas da
• América
• Latina

Origem do termo URSAL

De acordo com a definição da Ursal na Wikipédia^[1], apesar de a expressão ter ganhado conhecimento massivo em 2018, após ter sido proferida pelo Deputado Federal Cabo Daciolo em sua pergunta ao candidato Ciro Gomes :

'O senhor é um dos fundadores do Foro de São Paulo. O que pode falar sobre o Plano Ursal? Tem algo a dizer para a nação brasileira?'

Sua primeira referência, a verdadeira origem do termo URSAL, data de 2001, quando a socióloga Maria Lúcia Victor Barbosa se referiu a Ursal como maneira de ironizar um plano de integração latino-americana em seu artigo 'Os Companheiros' ^[2]:

'...Mas qual seria, me pergunto, essa tal integração no modelo Castro-Chávez-Lula? Quem sabe, a criação da União das Republiquetas Socialistas da América Latina (URSAL)?'

Além do próprio artigo, que já usa o termo URSAL em uma escrita debochada pelo fato de usar também o termo 'Republiquetas', a professora já confirmou em entrevista à Folha de São Paulo ^[3] o caráter irônico da expressão.

Confira abaixo o trecho do debate em que a expressão ganhou conhecimento nacional:

Republiqueta é uma maneira pejorativa de se referir a uma República. Uma expressão correspondente seria 'República de bananas', que é usada para se referir a govenos, principalmente latino-americanos, corrompidos politicamente.

Exemplo com Republiqueta

Isso não passa de uma republiqueta comandada por corruptos.

Até o momento da conclusão deste artigo, URSAL continua sendo apenas a expressão cujo significado foi explicado anteriormente (União das Repúblicas Socialistas da América Latina) sem apuração de que o tal plano realmente exista e uma fonte de inspiração para memes políticos.

Dossiê URSAL

Desde então, páginas consideradas 'de direita' passaram a falar sobre um suposto Dossiê Ursal, cujo plano seria uma conspiração internacional para unir os países da América Latina e se transformarem em uma espécie de União Soviética da América Latina, a mesma explicação que foi dada pelo Cabo Daciolo.

URSAL existe?

De fato, até foi criada uma página na internet^[4] que aponta possíveis provas da existência de um plano URSAL, com base em trechos de notícias. No entanto, apurações jornalísticas e históricas, até o momento, indicam que não há evidências concretas de tal plano.

Noticiar a URSAL como algo que exista é considerado uma notícia falsa (fake news).

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Imagem: Reprodução/Memes/Facebook/Twitter

Para falar sobre Ursal é preciso esclarecer o que é Foro de São Paulo, já que ambos foram citados de forma correlacionada na pergunta do Cabo Daciolo. De acordo com apuração dos veículos Huffost Brasil ^[5] e VEJA ^[6] o Foro de São Paulo existe e foi uma conferência, que surgiu em 1990, para reunir partidos e organizações de esquerda para possibilitar uma troca de ideias entre a esquerda latino-americana relativa a assuntos de caráter cultural, econômico e político.

Uma das acusações de partidos e veículos de direita, entretanto, acusa que a falta de transparência das reuniões pode ter assuntos mais sérios envolvidos, inclusive a suposta integração dos países.

Segundo verbete na Wikipedia, ^[7] a primeira reunião foi promovida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em São Paulo e desde então vem acontecendo com uma média de a cada 2 anos, mudando o país sede a cada encontro.

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A fala de Daciolo também trouxe à tona o termo 'pátria grande', que até então não era tão conhecido no Brasil mas já era usado em outros países da América Latina para fazer referência à união dos países da América Latina. A partir daí surgiram referências em 2018 que falam sobre 'ursal pátria grande'.

Origem do termo Pátria Grande

A popularização do termo Pátria Grande aconteceu em 1922 depois da publicação do livro 'La Patria Grande' (A Pátria Grande), do escritor e político argentino Manuel Ugarte. Em sua obra o autor se refere à grande patria como a ideia da união latino-americana.

Sugestão: Frases engraçadas sobre política

O sucesso do termo URSAL fez muita gente entrar na brincadeira e 'sonhar' com a suposta União das Repúblicas Socialistas da América Latina. Não existe uma bandeira URSAL oficial, apenas memes que brincam com a utopia e ao mesmo tempo associam a palavra 'URSAL' com 'urso', dando ainda mais inspiração para memes.

Além da bandeira 'ursal', os memes também falaram em versões que representassem mais a fauna brasileira como a república 'onçal' ou a bandeira 'capivaral', por exemplo.

O que é 'ser URSAL'

Há uma tendência de que 'ser ursal' também se transforme em um meme. Alguém ursal, de acordo com a internet, é uma pessoa que se identifica com a filosofia utópica do plano URSAL.

Outros memes de política

O meme ursal é apenas mais um dos que triunfaram em tempos de eleições. Nas eleições de 2014, por exemplo, podemos destacar os memes com as falas icônicas do candidato Eduardo Jorge ou Levy Fidelix e a engraçada comparação do ex candidato Aécio Neves com o emoji da lua preta do WhatsApp.

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Imagem: Reprodução/Twitter/ursaloficial

Apesar de todos os memes e brincadeiras, tudo indica que URSAL ainda pode dar muito o que falar nas eleições de 2018 e inclusive ser tema de discussões de atualidades questões como de vestibular, por exemplo. Por isso, para que você não misture as coisas (Repúplica Ursal X Repúblicas que realmente existiram) deixamos uma lista dos presidentes do Brasil até hoje para te ajudar em possíveis questões atualidades.

O sistema de governo brasileiro é o presidencialismo. Nele, o presidente acumula as funções de chefe de governo e chefe de Estado. O Brasil é governado por presidentes desde 1889, somando 42 presidentes em épocas diversas, nas quais houve variações políticas que afetaram diretamente o regime de governo do país. Neste artigo do umCOMO, você confere uma lista com todos os presidentes do Brasil, divididos entre os períodos históricos da República.

Obs.: Os períodos entre parênteses correspondem aos mandatos de cada presidente:

A Primeira República do Brasil, ou República Velha, surge do levante militar que pôs fim ao Império do Brasil. O fato é mais conhecido como Proclamação da República, data do dia 15 de novembro de 1889. Segue abaixo os presidentes deste período, que perdurou até 1930.

• Marechal Manoel Deodoro da Fonseca (15.11.1889 – 25.02.1891; 26.02.1981 – 23.11.1981)
• Marechal Floriano Vieira Peixoto (25.02.1981 – 15.11.1894) – Aparece em período concomitante ao seu antecessor, do qual era vice. Assumiu a presidência após a renúncia de Marechal Deodoro, cumprindo o restante do quadriênio.

Política do Café com Leite – Também conhecida como República Oligárquica, o período entre 1894 e 1930 foi marcado pela predominância de presidentes com forte influência de dois estados brasileiros: São Paulo – grande produtor de café; e Minas Gerais – conhecido pela produção de leite.

• Prudente José de Moraes e Barros (15.11.1894 – 15.11.1898) – Foi o primeiro presidente eleito por voto direto.
• Manoel Ferraz de Campos Salles (15.11.1898 – 15.11.1902)
• Francisco de Paula Rodrigues Alves (15.11.1902 – 15.11.1906)
• Affonso Augusto Moreira Penna (15.11.1906 – 15.11.1910) – Faleceu em 14.06.1909, ainda durante seu mandato presidencial.
• Nilo Procópio Peçanha (15.11.1906 – 15.11.1910) – Assumiu o posto de presidente em 14.06.1909, quando do falecimento do presidente Affonso Penna.
• Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca (15.11.1910 – 15.11.1914)
• Wenceslau Braz Pereira Gomes (15.11.1914 – 15.11.1918)
• Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15.11.1918 – 15.11.1922) – No período de 15.11.1918 até 28.07.1919, Delfim Moreira assumiu a presidência interinamente, devido falecimento do presidente eleito Francisco de Paula Rodrigues Alves, que não chegou a assumir o cargo. Com as novas eleições, em 1919, assumiu como vice de Epitácio Pessoa, e foi substituído por Bueno de Paiva em 01.07.1920, data de seu falecimento.
• Epitácio Pessoa da Silva Pessoa (28.07.1919 – 15.11.1922)
• Arthur da Silva Bernardes (15.11.1922 – 15.11.1926)
• Washington Luís Pereira de Sousa 15.11.1926 – 24.10.1930) – Foi deposto pelo movimento revolucionário que instaurou o Governo Provisório.
• Júlio Prestes de Albuquerque (1930) – Júlio Prestes foi eleito, mas não chegou a tomar posse, devido golpe que instituiu o Governo Provisório.

Época que compreende o período entre 1930 e 1945, a Era Vargas é um marco na história do Brasil, tanto pelas alterações constitucionais e estruturais que afetaram o país – em especial a implementação de direitos trabalhistas fundamentais -, quanto pelo líder que permaneceu no poder durante 15 anos consecutivos: Getúlio Dornelles Vargas.

• General João de Deus Menna Barreto (24.10.1930 – 03.11.1930) *Junta Governativa/Governo Provisório.
• Contra-Almirante José Isaías de Noronha (24.10.1930 – 03.11.1930) *Junta Governativa/Governo Provisório.
• General-de-Divisão Augusto Tasso Fragoso (24.10.1930 – 03.11.1930) *Junta Governativa/Governo Provisório.

Governo Provisório – com duração de apenas 11 dias, a Junta Governativa, ou Governo Provisório, em um curto espaço de tempo depôs Washington Luís, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes, e finalmente empossou Getúlio Vargas como presidente do Brasil.

• Getúlio Dornelles Vargas (03.11.1930 – 20.07.1934) – assumiu a presidência por decreto da Junta Governativa, até que uma nova constituição fosse estabelecida, pois a constituição de 1891 havia sido revogada pelo movimento revolucionário.
• Getúlio Dornelles Vargas (20.07.1934 – 10.11.1937) – após o estabelecimento da nova constituição, Vargas é eleito presidente da república, por voto indireto.
• Getúlio Dornelles Vargas (10.11.1937 – 20.10.1945) – com um golpe de Estado, que fechou o Congresso Nacional e instituiu uma nova constituição, Vargas dá início ao Estado Novo, permanecendo no poder até 1945.

Esta etapa da história do Brasil tem início com a deposição de Getúlio Vargas pelos militares, e finda com o golpe que deu início a Ditadura Militar.

• José Linhares (29.10.1945 – 31.01.1946) – o então Presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares, exerceu provisoriamente a presidência por solicitação das Forças Armadas, até que uma nova eleição fosse providenciada.
• Marechal Eurico Gaspar Dutra (31.01.1946 – 31.01.1951)
• Getúlio Dornelles Vargas (31.01.1951 – 24.08.1954) – Vargas foi eleito em 1950 por voto direto. Seu mandato terminaria em 31.01.1956, mas Getúlio Vargas se suicidou em 24.08.1954.
• João Fernandes Campos Café Filho (24.08.1954 – 11.11.1955) – Assumiu a presidência por ocasião do falecimento de Getúlio Vargas.
• Carlos Coimbra da Luz (08.11.1955 – 11.11.1955) – Carlos Luz ascendeu ao cargo de presidente após o afastamento de Café Filho, por motivo de saúde. Deixou o cargo depois de três dias, deposto pelos militares, sob a acusação de que não pretendia entregar o poder ao presidente eleito.
• Nereu de Oliveira Ramos (11.11.1955 – 31.01.1956) – Nereu sucedeu Carlos Luz na presidência do Brasil, permanecendo no cargo interinamente, até a posse do presidente eleito.
• Juscelino Kubitschek de Oliveira (31.01.1956 – 31.01.1961)
• Jânio da Silva Quadros (31.01.1961 – 25.08.1961) – Jânio renunciou ao cargo em 25.08.1961.
• Paschoal Ranieri Mazzilli (25.08.1961 – 08.09.1961) – Assumiu como Presidente quando era Presidente da Câmara dos Deputados, devido a renúncia de Jânio Quadros, e a impossibilidade do vice assumir o cargo.
• João Belchior Marques Goulart (08.09.1961 – 24.01.1963) – “Jango”, como o presidente era conhecido, ascendeu ao poder após uma crise político-militar que foi originada pela renúncia e Jânio Quadros. Permaneceu no cargo até sua deposição pelo golpe militar de 1964.

Um golpe militar depôs o então Presidente João Goulart, em 1964, dando início à Ditadura Militar, que findou no fim da década de 1980.

• Paschoal Ranieri Mazzilli (02.04.1964 – 15.04.1964) – Após o golpe militar, o Congresso Nacional convocou Mazzilli para assumir a presidência. Mazzilli permaneceu no posto por 14 dias, entregando o cargo ao Governo da Revolução.
• Marechal Humberto de Alencar Castello Branco (15.04.1964 – 15.03.1967)
• Marechal Arthur da Costa e Silva (15.03.1967 – 31.08.1969)
• Aurélio Lyra Tavares (31.08.1969 – 30.10.1969) – Junta Militar Provisória
• Augusto Rademaker (31.08.1969 – 30.10.1969) – Junta Militar Provisória
• Márcio de Souza Mello (31.08.1969 – 30.10.1969) – Junta Militar Provisória

Junta Militar Provisória – Após o Presidente Costa e Silva sofrer um derrame cerebral, afastando-o do cargo, os militares criaram uma junta que governou durante 60 dias. Ao fim dos sessenta dias o General Médici foi empossado presidente.

• General Emílio Garrastazu Médici (30.10.1969 – 15.03.1974)
• General Ernesto Geisel (15.03.1974 – 15.03.1979)
• João Baptista Figueiredo (15.03.1979 – 15.03.1985) – Último dos presidentes militares.

Com a eleição do primeiro presidente civil após anos de controle do militarismo, o Brasil assistiu o fim da Ditadura, e o início da chamada Nova República, forjada e marcada pela Constituição Federal de 1988, que vigora atualmente.

• Tancredo de Almeida Neves (1985) – Tancredo Neves foi eleito, mas não empossado, pois faleceu em 21.04.1985.
• José Sarney (15.03.1985 – 15.03.1990) – Vice de Tancredo, assumiu a titularidade da presidência em virtude de seu falecimento.
• Fernando Affonso Collor de Mello (15.03.1990 – 02.10.1992) – Foi o primeiro presidente eleito por voto direto após 25 anos. Sua saída do poder se deu por conta do processo de impeachment ao qual foi sujeito, fato diante do qual Collor renunciou a presidência.
• Itamar Franco (29.12.1992 – 01.01.1995) – Ascende ao posto de Presidente da República após o afastamento de Collor.
• Fernando Henrique Cardoso (01.01.1995 – 01.01.1999)
• Fernando Henrique Cardoso (01.01.1999 – 01.01.2003) – Primeiro presidente formalmente reeleito.
• Luiz Inácio Lula da Silva (01.01.2003 – 01.01.2007)
• Luiz Inácio Lula da Silva (01.01.2007 - .01.01.2011)
• Dilma Vana Rousseff (01.01.2011 – 01.01.2015) – Primeira presidenta da história do Brasil.
• Dilma Vana Rousseff (01.01.2015 – 31.08.2016) - Governo marcado pelo processo de impeachment
• Michel Miguel Elias Temer Lulia (31.08.2016 - 01.01.2018) - Vice-presidente da República no mandato de Dilma Roussef que a substitui após o processo de impeachment.

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