Como surgiu o candomblé
Candomblé é uma religião com origem em África que chegou ao Brasil através dos escravos e tem mais de três milhões de seguidores. Os seguidores deste culto adoram os orixás - divindades africanas que representam elementos da Natureza. Em alguns locais do Brasil esta prática é conhecida como macumba (Rio de Janeiro) e Xangô (Recife). No entanto, a expressão "macumba" não é adotada pelos fiéis, pois é geralmente empregada com conotação negativa. As energias são uma parte importante do Candomblé e os adeptos fazem pedidos de revitalização enérgica durante as homenagens. Para conhecer melhor esta corrente religiosa, continue lendo este artigo umComo e descubra como surgiu o Candomblé.
Como começou
As manifestações religiosas com origem africana começaram a chegar ao Brasil nos tempos coloniais. Os negros realizavam práticas de Candomblé em senzalas espalhadas pelas grandes fazendas do território através de danças, magias, instrumentos percussivos, cantos, curas e adivinhações. Alguns historiadores indicam que o desenvolvimento dos terreiros de Candomblé começou a partir do século XVIII. O crescimento dos centros urbanos contribuiu para que os negros se reunissem, organizando experiências religiosas de forma regular. Foi nesse contexto que esta prática começou a se consolidar como uma religião identificável. No século XIX já era possível nomear locais (sobrados antigos e casarões coletivos) onde negros livres se encontravam para prestar culto. Mesmo com a repressão imposta pelas autoridades, o Candomblé começou a se desenvolver. A abolição da escravatura fez com que as crenças afro-brasileiras evoluíssem muito. Nesse momento inédito, os primeiros terreiros de Candomblé começaram a ser criados. Isto deu forma aos rituais e crenças que definem este movimento. Além de oferecerem fé e espiritualidade, os terreiros funcionaram como meio de socialização e lugar de lazer e solidariedade.
Conceitos
O Candomblé é uma religião monoteísta. No Brasil, a maioria dos participantes acreditam que o deus único é o mesmo deus da igreja católica. Os orixás recebem homenagens de forma regular, com direito a oferendas de cânticos, animais, vegetais, roupas especiais e outros objetos. Na maioria dos terreiros das grandes cidades, cultuam-se doze orixás (apesar das centenas existentes) e a lista de divindades varia consoante as nações e terreiros. Os adeptos desta corrente acreditam que há vida depois da morte e que os babalorixás (ou pais-de-santo) podem se materializar. Os crentes também defendem que algumas crianças nascem com a predestinação de morrer cedo (os chamados abikus, ou nascidos para morrer).Candomblé inclui muitos elementos cristãos (como imagens e crucifixos) poque os escravos negros tinham de esconder os vestígios da sua adoração, camuflando-a com um imagens de santos católicos.
Sacerdócio
Na corrente afro-brasileira do Candomblé o sacerdócio se divide em:
- Axogun - umas das posições mais importantes;
- Babalawo - sacerdote do Culto de Ifá;
- Bokonon - sacerdote do Vodun Fa;
- Babalorixá ou Iyalorixá - sacerdotes de orixás;
- Doté ou Doné - sacerdotes de Voduns;
- Tajeto e Mameto - sacerdotes de Inkices;
- Ojé - sacerdote do Culto aos Egungun;
- Babalosaim - sacerdote de Ossaim.
Templos
Os templos de Candomblé são chamados de terreiros, casas ou roças. Podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal e até mista. São casas pequenas e independentes, são geridas pelo babalorixá ou iyalorixá a quem pertencem. Os terreiros de Candomblé são protegidos por lei contra qualquer alteração no seu formato material ou imaterial.
Quer saber mais?
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