Quantas religiões existem no Brasil

Pensar a religião no Brasil envolve pensar também no processo migratório que ocorreu no país. Desde os indígenas com seus ritos tradicionais, ao catolicismo dos portugueses, o candomblé até mesmo islamismo praticado pelos africanos.

Principais religiões no Brasil

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Datafolha em 2020 e divulgada pelo G1^[2], as principais religiões seguidas pelos brasileiros eram:

1. Catolicismo. Chegada no Brasil com os portugueses, o catolicismo acredita na Santíssima Trindade e na figura de Jesus Cristo como Messias.
2. Protestantismo (evangélicos). Tão diversos quanto as denominações que existem, pode-se dizer que acreditam e praticam o cristianismo, de modo geral.
3. Sem religião. Não confundir com ateus.
4. Espiritismo. São cristãos e acreditam na reencarnação. Os principais expoentes do espiritismo são Allan Kardec e Chico Xavier.
5. Religiões afro-brasileiras (umbanda, candomblé, etc). As religiões de matriz africana são predominantemente praticadas pela população negra e promovem o culto aos orixás, diferentes divindades que vieram com a população escravizada para o Brasil em sua cultura. Alguns orixás muito conhecidos são Iemanjá, Ogum, Oxum, entre outros.
6. Ateísmo. No ateísmo, não se crê em nenhuma entidade superior.
7. Judaísmo. Predecessora do cristianismo, o judaísmo é uma das religiões mais antigas do mundo, ligada ao povo judeu. Leem a Torá e cultuam o mesmo deus dos cristãos. Frequentam a sinagoga como templo e, como em todas as religiões, possuem diversas práticas específicas.

Chama a atenção a crescente de brasileiros que afirmam não ter nenhum credo (sem religião e ateus).

Imagem: Reprodução/journals.openedition.org

A religião predominante no Brasil ainda é o catolicismo, mas está em declínio. Conforme apontam estudos^[3], a natureza empresarial e os métodos de marketing contribuem para a propagação do"neopentecostalismo". É comum ver TikToks de igrejas protestantes, por exemplo, ou grandes influenciadores que são evangélicos.

O catolicismo não está sabendo dar uma resposta ao crescimento do neopentecostalismo no Brasil - age de forma lenta e não mobiliza os protagonistas de uma religião que precisa de fiéis para se manter viva: os jovens. É por isso que, para esse grupo, aderir a uma das várias religiões protestantes pode parecer mais interessante do que se tornar católico, por exemplo.

Uma das tentativas de reverter esse quadro foi a Jornada Mundial da Juventude, ocorrida no Rio de Janeiro em 2013. Contando com a presença do Papa, o evento mobilizou jovens católicos de todo o mundo e seu lema foi bem claro: "ide e fazei discípulos em todas as nações".

Ou seja, a igreja de certa forma estava convocando os jovens a trazerem mais fiéis para a fé católica, em todas as nações. Nas palavras do Papa Bento XVI aos jovens, salienta-se o seguinte: "Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos 'afastados'"^[5].

Infelizmente, apesar da diversidade, no Brasil ainda há muita intolerância religiosa, sobretudo com religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé. Conforme levantamento realizados por especialistas^[4], após estudar casos de intolerância religiosa, tornou-se claro que o problema surge de um sentimento de superioridade de que emerge dentro do indivíduo e que é causa e efeito do preconceito.

Assim, a discriminação e a intolerância são como construções humanas baseadas em preconceitos e estereótipos, no qual o sujeito acaba por impor os seus próprios valores a todos os outros e lançar ataques de qualquer tipo e natureza, a menos que seja aceito. Quando há um ato de intolerância religiosa, os direitos garantidos pela lei são violados. Assim, as leis contra a intolerância religiosa fazem parte do processo, mas o problema é cultural e requer a consciência por parte do indivíduo.

Isto não significa que a legislação seja desnecessária, mas a questão precisa de passar pelo processo educativo. Ou seja, isto significa que as escolas, como espaço inclusivo, precisam trazer esta questão para o domínio da educação religiosa de modo a discutir e abordar com compreensão, como uma forma de mudar a mentalidade do indivíduo. Por fim, para provocar mudanças culturais que afetam a sociedade no seu conjunto, são necessárias leis e políticas educativas.

Nesse sentido, é preciso se perguntar ativamente: por que a prática religiosa do outro me ofende? Por que me sinto atingido pela fé alheia? A liberdade de culto (e de não culto) está presente na Constituição brasileira, e agir com esse tipo de preconceito é violar a lei.

Muito da intolerância religiosa em relação às religiões de matriz africana está relacionada ao racismo, tendo em vista que são práticas tradicionalmente negras. O combate ao preconceito nunca é nada fácil, entretanto precisamos manter essa batalha ativa em nós.

Para desconstruir preconceitos, que tal ler nossos artigos sobre como surgiu a umbanda e como surgiu o candomblé? Sem dúvidas você se beneficiará dessas leituras. Conte conosco!

Imagem: Reprodução/agenciabrasil.ebc.com.br

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