Nomes de músicas indígenas

A oralidade é marca das culturas dos povos originários do nosso país, então as canções indígenas têm a função de preservar parte das memórias e tradições das tribos, pois é por meio delas que se transmitem suas tradições.

Desde antes da chegada da colonização dos portugueses em terras brasileiras, os povos que aqui viviam utilizavam o registro por meio de canções em rituais, comemorações culturais, festas e em celebrações religiosas.

As canções indígenas também estão intimamente ligadas às danças, que é uma importante manifestação cultura dos povos nativos brasileiros. Cada estilo e ritmo de dança serve a um propósito e varia a depender do motivo da dança e etnia da tribo.

Alguns nomes de músicas indígenas da atualidade são:

• Kêne Kêrane, do cantor indígena Shaneihu Yawanawá da etnia Yawatanawá, do Acre;
• Puxada de rede, da Banda Kaymuan, banda indígena do povo Tupinikim no Espírito Santo, com estilo congo capixaba;
• História do povo Umutina, de Ademilson Umutima, trazendo o sertanejo direto do Mato Grosso;
• Seythy Oyá, de Wakay;
• Ngetchuatumau, da cantora Djuena Tikuna;
• Kariri-Xocó, do Grupo Sabuká;
• Marãiwatsihöiba, do cantor xavante Márcio Tserehité;
• Koangagua, do grupo de rap Guarani Kaiowa Bro Mc’s.

Nos dias de hoje, as músicas indígenas brasileiras não se restringem a um uso interno nas comunidades locais e apenas para fins de rituais e transmissão de histórias, como já ocorreu no decorrer dos séculos anteriores. É possível encontrar facilmente cantores, grupos e bandas da população indígena divulgando seus trabalhos a nível nacional e internacional.

Passando por diversos estilos musicais, conseguimos encontrar indígenas e seus descendentes nos ritmos de sertanejo, rap, trap, forró, reggae, funk e até mesmo heavy metal. Os artistas, em sua maioria, cantam e debatem sobre ancestralidade, manutenção da cultura, demarcação de terras e sobre a sobrevivência dos povos indígenas no país.

A música contemporânea indígena brasileira é composta e cantada nos diversos idiomas nativos, como o tupi-guarani, guarani, língua Tikuna, Karibe, e também em português, misturando a sonoridade dos ritmos atuais a elementos musicais dos ritmos folclóricos do país.

Artistas de músicas indígenas brasileiras

Aqui separamos alguns artistas atuais para podermos conhecer um pouco mais dessas riquíssimas culturas. Suas músicas estão presentes em diversas plataformas digitais de música e vídeo.

A cantora e jornalista indígena Djuena Tikuna da etnia Tikuna nasceu na região da fronteira entre Colômbia, Peru e o estado do Amazonas. Já foi nomeada em 2018 a um prêmio internacional, no Canadá, na categoria Melhor Artista Indígena Internacional. Também foi convidada a cantar o Hino Nacional Brasileiro em língua Tikuna na abertura das Olimpíadas de 2016.

Outro nome famoso no meio indígena que merece mais reconhecimento é o de Nory Kaiapo, pioneiro do funk indígena no país. Da etnia Kayapó no estado do Pará, o artista mostra o funk das aldeias indígenas em sua língua nativa e tem músicas estouradas em diversos países.

O grupo Sonissini Mavutsni tem origem da etnia Yawalapiti e mescla ritmos particularmente indígenas ao reggae tradicional, criando composições próprias em duas línguas faladas na região do Xingu, o Karibe e o Tupi. O grupo tem como meta levar um pouco da cultura dos índios do Xingu para fora da fronteira das terras indígenas e é uma grande recomendação para você conhecer.

Mais um projeto superlegal que você precisa ouvir é a coletânea Ñande Reko Arandu – Memória Viva Guarani, que reuniu vários cânticos tradicionais de índios de diversas aldeias diferentes. Lançado em 2000, esse álbum está disponível para streaming em diversas plataformas de música.

Os povos originários, em sua maioria, associam seus cânticos a um universo mágico e sobrenatural, os utilizando grandemente em rituais religiosos e espirituais. Com o desenvolvimento das tecnologias atuais, ficou mais fácil a todos terem acesso a esse amplo acervo cultural de música indígena.

A música indígena brasileira não parou no tempo, é algo vivo e que se desenvolveu bastante com o passar dos séculos em todo o território nacional. É um elemento dinâmico em constante renovação que acabou por incorporar elementos não indígenas, mas ainda preservando seus valores e formas.

Uma música indígena antiga é a Kworo Kango, canto indígena da tribo Kayapó, e o coral Guarani Tenonderã canta a clássica Pejukatu Xondaro’i, ambas as músicas podem ser achadas nas plataformas de streaming de vídeo na internet.

As cantigas transmitem, de forma oral, a história das tribos de uma geração a outra. Muitos elementos se relacionam à natureza e contam os momentos de brincadeiras, caças, pescas, e celebrações dos rituais.

Muitas cantigas indígenas tratam de histórias que, na sua maioria, explicam a criação do mundo, do homem, dos animais pela ótica indígena. É comum encontrar nas cantigas indígenas vozes dos animais e seres da selva, bem como de fenômenos da natureza, como o som do vento, da água de um rio ou o barulho de um trovão.

Utilizando instrumentos feitos com o que se encontra nas florestas, basicamente são feitos para percussão ou sopro. A cantiga indígena é acompanhada por instrumentos feitos de sementes, cascos de animais, cocos, grãos, pedaços de madeiras, rabos de tatus, bambu, entre outros. Muitas vezes os chocalhos eram presos em partes do corpo, como braços e pernas, e nas danças é que os sons eram emitidos.

Cabe a nós aprender mais sobre essas culturas, suas intenções, danças, músicas e cantigas indígenas. Não podemos deixar toda essa riqueza morrer.

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