De onde vem o petróleo

Como foi dito, o petróleo é um combustível fóssil, formado por uma mistura de compostos orgânicos oriundos de restos de vida aquática que se acumularam primitivamente no fundo do oceano e ficam cobertos por sedimentos. O passar do tempo e a pressão feita por esses rochas sedimentares transformam esse material fóssil depositado no fundo do mar em "massas homogêneas viscosas de coloração negra, denominadas jazidas de petróleo”^[1].

As jazidas datam entre 10 milhões e 500 milhões de anos e são encontradas não apenas no fundo dos oceanos, mas também no solo^[2]. O nome petróleo vem do latim a partir da união das palavras palavras petrus (pedra) e oleum (óleo), significando literalmente óleo de pedra.

Composição do petróleo

Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo e Gás), o petróleo é composto por "82% de carbono, 12% de hidrogênio, 4% de nitrogênio, 1% de oxigênio, 0,5% de sais e 0,5% de metais”^[3]. Além disso, a densidade do petróleo é inferior à da água e ele é um produto inflamável.

Formado a partir da mistura de compostos orgânicos, o petróleo não é apenas fonte de energia para a indústria petroquímica, mas também é a partir dele que são produzidos plásticos, adubos, corantes, detergentes, álcool comum, acetona, gás hidrogênio, entre outros produtos de consumo diário.

O petróleo é utilizado desde a antiguidade, mas nem sempre da mesma forma que é hoje em dia. No Egito Antigo, ele era usado nos embalsamamentos dos mortos. Nas Américas, os incas e os astecas empregavam-no na pavimentação de suas estradas.

No entanto, esse combustível fóssil só passou a ser amplamente extraído a partir do século XIX e o processo se intensificou a partir de 1920, quando os transportes, fossem eles terrestres, marítimos ou aéreos, passaram a consumir quantidades cada vez maiores do novo combustível, culminando no desenvolvimento da indústria petroquímica nos anos 1930.

O uso do petróleo nos meios de transporte e de seus derivados na indústria de uma maneira geral culminou no fato de que, na década de 1970, esse combustível representava 50% do consumo de energia mundial. Contudo, as crises de petróleo dos anos 1973 e 1978 forçaram o mundo a rever as políticas internacionais de consumo do combustível e os países dependentes do petróleo passaram a buscar por fontes alternativas de fornecimento de energia.

Apesar da busca atual por fontes de energia menos poluentes e mais baratas, o petróleo e seus derivados ainda são muito consumidos. Os países que lideram a produção deste combustível são: Rússia, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, México e Inglaterra. Sendo que mais de 50% das reservas ficam localizadas nos países do golfo Pérsico. O Brasil produz 50% da sua necessidade de consumo, precisando importar a outra metade, principalmente de países árabes.

Para extrair o petróleo são realizados estudos geológicos para identificar as rochas que contém o combustível fóssil em abundância. Após essa identificação, o local é isolado para dar início ao processo de escavação. Quando se chega na rocha sedimentar rica em petróleo, utiliza-se a sonda para perfuração e então os gases componentes do petróleo exercem pressão que faz com que o produto jorre para fora da jazida^[4].

O processo de como o petróleo é extraído se assemelha com as escavações de poços artesianos, com a diferença de que não é água limpa e transparente que jorra das perfurações e sim um líquido viscoso, negro e cheio de impurezas. Assim, depois de ser extraído, o petróleo passa pelo processo de purificação que envolve diversos processos físicos, como filtração e decantação, que retiram além de água, impurezas como, por exemplo, areia, argila e pedaços de rocha.

Transportado para as refinarias, o petróleo passa então pelo processo de destilação fracionada, onde, através do seu aquecimento em tanques apropriados, vão se extraindo os subprodutos que vão desde o gás utilizado na cozinha até os combustíveis para abastecer os diversos meios de transporte.

Esses subprodutos são compostos por átomos de carbono e hidrogênio, os chamados hidrocarbonetos, e são diferenciados pelo tamanho de suas moléculas. É a partir dessa diferença que ocorre a destilação, sendo que, quanto menor a molécula de hidrocarboneto, menor é a sua densidade e temperatura de evaporação. Veja a seguir quais são os derivados do petróleo:

• Asfalto: último derivado a ser fracionado, o asfalto é mais denso e é usado na pavimentação de estradas, como impermeabilizante e na fabricação de tintas e baterias eletroquímicas.
• Gasolina: formada por mais de 400 hidrocarbonetos, a gasolina é um produto líquido, volátil e inflamável e é usada como combustível de motores automotivos.
• GLP (Gás liquefeito de petróleo): também conhecido como gás de cozinha, o GLP é composto pelos hidrocarbonetos propano, butano, propeno e buteno e é encontrado em temperatura ambiente no estado gasoso.
• Lubrificante: utilizado em máquinas e equipamentos para aumentar a sua vida útil.
• Nafta petroquímica: é produzida na primeira etapa do refino. Incolor, é a partir desse derivado que são produzidos plásticos, borrachas, solventes e combustível.
• Óleo diesel: volátil e altamente inflamável (como a gasolina), o diesel utilizado como combustível industrial, de veículos e embarcações marítimas, sendo empregado também na produção de energia elétrica.
• Querosene: subproduto intermediário entre a gasolina e o diesel, o querosene é usado como combustível de aviação, tendo também utilizações domésticas, sendo empregado como combustível para iluminação, solvente e produto de limpeza.

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