Tipos de feminismo

Tipos de feminismo

Você sabia que existem muitos tipos diferentes de feminismo? Há quem sempre acreditou que existe apenas um, o feminismo em si, mas a verdade é que ele pode ser dividido em vários aspectos, dependendo se seguem algumas linhas de crenças e ações ou outras.

Não perca este artigo do umCOMO sobre 18 tipos de feminismo, descubra os diferentes movimentos feministas, seus nomes e características. Você conhecia todos eles?

Feminismo filosófico

O feminismo filosófico é aquele que nos convida a refletir sobre o conceito, a ideia e o papel da mulher na sociedade. Através da história da filosofia, pretende-se rever qual tem sido o papel da mulher e em que momento seu rastro foi apagado.

O feminismo filosófico é a base de qualquer corrente feminista e, ao longo da história, nos deu figuras que marcaram o movimento feminista, como algumas das precursoras do movimento, Mary Wollstonecraft, Simone de Beauvoir, Clara Campoamor, María Laffitte, Flora Tristán, Amelia Valcárcel ou Celia Amorós, entre muitas outras.

Feminismo da igualdade

Chamamos de feminismo da igualdade o movimento comprometido em promover práticas sociais de igualdade entre mulheres e homens. Deste tipo de feminismo considera-se que a diferença de gênero é estritamente cultural, pelo que se pretende consolidar uma nova estrutura social baseada em valores democráticos e igualitários. O feminismo da igualdade está 100% comprometido com uma agenda ativista.

Ecofeminismo

Ecologia e feminismo se unem no conceito de ecofeminismo através do qual se lutam por duas premissas básicas: o patriarcado oprime tanto as mulheres quanto a natureza devido às suas práticas capitalistas e as mulheres são as que promovem o cuidado com a natureza.

O ecofeminismo está intimamente ligado ao feminismo marxista, um tipos de feminismo que explicaremos adiante, corrente com a qual compartilham ideias sobre a situação de desigualdade das mulheres, capitalismo e patriarcado.

Feminismo abolicionista

O chamado feminismo abolicionista é aquele tipo de feminismo que foca sua luta na repressão da exploração comercial e sexual do corpo feminino ou qualquer outro tipo de tráfico de mulheres. Nesse sentido, uma das principais missões do feminismo abolicionista é a abolição da prostituição, pornografia ou barriga de aluguel gestacional.

Feminismo dissidente

O feminismo dissidente é um movimento que busca, principalmente, promover a igualdade de direitos para mulheres e homens, mas se distancia das ideias promovidas por outros movimentos feministas. Por isso, existem diferentes aspectos do feminismo dissidente, haja vista que há divergências com outros tipos de feminismo, como o feminismo marxista ou o feminismo radical, entre outras.

Feminismo marxista

O feminismo marxista ou socialista é aquele que reflete sobre a construção do poder na sociedade através da teoria marxista. Esse tipo de feminismo enfatiza as condições econômicas e a realidade material que podem ser um instrumento de opressão. Através do feminismo marxista, tenta-se levar em conta o modo específico que influencia o capitalismo que é visto como o sistema dominante na hegemonia do patriarcado.

Feminismo liberal

No lado oposto do feminismo marxista encontramos o feminismo liberal, uma corrente que considera que graças ao sistema capitalista e ao liberalismo, as mulheres têm ferramentas suficientes para se libertarem da opressão do patriarcado e serem completamente independentes.

Feminismo radical

O feminismo radical, também conhecido como radfem, é um movimento que nasceu nos anos 60. Embora seu nome pareça sugerir o contrário, esse tipo de corrente se afasta do extremismo. O feminismo radical leva o nome da palavra “raiz” e surge da necessidade de buscar as raízes da opressão das mulheres.

Para esse tipo de feminismo, a opressão reside nas estruturas sociopolíticas e econômicas a partir das quais se exerce a discriminação contra as mulheres, bem como outros tipos de discriminação como o racismo ou o classismo.

Feminismo da diferença

Este é um dos tipos de feminismo que pode ser menos conhecido pelo seu nome, pelo contrário, é mais conhecido pelo que é em si. O chamado feminismo da diferença refere-se à ideia de que a diferença de gênero é libertadora para as mulheres. É uma corrente que não aspira a ser igual ao poder masculino, mas a partir das características únicas das mulheres, uma nova estrutura social pode ser criada.

Feminismo pró-vida

O feminismo pró-vida é aquele que apoia todas as chaves do feminismo, exceto o apoio ao aborto. Para as feministas pró-vida é preciso incluir o nascituro no termo da igualdade, o que as distancia da liberdade do aborto como luta contra a opressão, já que para elas é contraditório.

O feminismo pró-vida defende a luta pela eliminação de qualquer desigualdade econômica que, para muitas mulheres, pode ser um fator decisivo para impedi-las de recorrer ao aborto.

Ciberfeminismo

O ciberfeminismo é uma corrente feminista baseada na ideia de que as mulheres são um pilar fundamental no desenvolvimento tecnológico. A partir dessa premissa principal, o ciberfeminismo se dedica a promover espaços de inclusão por meio da educação tecnológica, do ciberespaço e do desenho industrial, áreas onde muitas vezes as mulheres foram excluídas ou invisibilizadas.

Feminismo lésbico

Por meio do feminismo lésbico, pretende-se rever a naturalização da normatividade sexual, em especial a da heterossexualidade, pois por meio dela se privilegia o conceito de papéis sociais por gênero. Exemplo: as mulheres devem cuidar das tarefas domésticas e os homens trabalham para provê-las. P

or essa razão, o feminismo lésbico defende a aplicação de termos de princípios heteronormativos a essa concepção tradicional. Ou seja, dessa corrente entende-se que as mulheres só podem se libertar da opressão do patriarcado por meio de uma estrutura sustentada por vínculos entre mulheres.

Feminismo negro

O feminismo negro é um movimento que promove direitos iguais principalmente para mulheres negras. Para as pessoas que acreditam nessa corrente, esse grupo não é apenas oprimido pelo patriarcado, mas também pelo racismo e sexismo.

O feminismo negro nasceu na década de 60 da mão da luta pelos direitos civis da população afro-americana, uma vez que as mulheres não eram levadas em conta para assumir cargos de liderança política. Assim, o feminismo negro se fundamenta no fato de que tanto classismo, racismo e sexismo estão intimamente ligados e entende-se que a luta pelos direitos das mulheres negras é também uma luta por todas as pessoas oprimidas pela discriminação nestes sentidos.

Feminismo factual ou científico

É um tipo de feminismo baseado na biologia e no estudo da psicologia evolutiva. Por meio do feminismo factual ou científico, destaca-se a oposição à ideia de que as únicas diferenças entre homens e mulheres são culturais, uma vez que as diferenças biológicas de gênero são reconhecidas.

No entanto, o feminismo factual enfatiza que esse tipo de diferença não pode servir de justificativa para a desigualdade de gênero e, portanto, a diversidade biológica deve garantir a construção de uma sociedade inclusiva em termos de direitos.

Anarcofeminismo

O anarquismo é uma filosofia política, um modelo de pensamento que defende a defesa da liberdade em qualquer tipo de assunto: social, político e econômico. Através do anarcofeminismo pretende-se lutar pela igualdade de gênero, tomando como referência as bases da ideologia anarquista. Por isso, o feminismo anárquico questiona os métodos de controle social como o instrumento do patriarcado.

Feminismo cultural

Por meio do feminismo cultural, abrangem-se diferentes tendências que têm uma única proposta em comum: o desenvolvimento da mulher no marco de uma contracultura do feminino. Esse movimento considera que as mulheres são moralmente superiores aos homens e veem nela um vínculo especial e direto com a natureza devido à condição da mulher como mãe. Antes dessa nova adaptação, essa corrente era entendida como feminismo despolitizado.

Feminismo separatista

O feminismo separatista baseia suas teorias no feminismo lésbico. No entanto, por meio dessa corrente, propõe-se a separação de homens e mulheres como o único caminho para que as mulheres atinjam seu potencial. Assim, dentro do feminismo separatista existem duas tendências: o separatismo geral e o separatismo lésbico.

Transfeminismo

Este é o último dos tipos de feminismo nesta lista. O transfeminismo está relacionado às teorias de gênero mais radicais. A partir dessa corrente argumenta-se que gênero é uma construção puramente social, concebida para fazer com que as pessoas se exercitem de acordo com seus papéis e códigos dentro da estrutura social.

Da mesma forma, defendem considerar que as características do sexo biológico não servem para diferenciar os papéis entre homens e mulheres na sociedade, mas que essas diferenças ocorrem em decorrência da classificação que cada sexo impõe desde o momento do nascimento. Do transfeminismo busca-se não apenas a libertação das mulheres heterossexuais, mas também a equidade e igualdade de qualquer pessoa independentemente de seu gênero.

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