Como aprender o sotaque carioca

Como aprender o sotaque carioca

Para aprender o jeito carioca de falar, é preciso trabalhar as duas partes mais importantes de um sotaque: a cultura local (através de suas gírias e expressões) e a pronúncia das palavras. Neste texto de umComo.com.br, vamos passar pelos detalhes técnicos de como é possível distorcer a sua fala a ponto de poder convencer um carioca que você também é um local e possui o mesmo sotaque do que ele. Para isso, lembre-se que é necessário estar focado e consciente das suas palavras e gestos (algo que normalmente fazemos de forma mecânica e sem pensar).

O português informal

Antes de focarmos nas especificidades do sotaque carioca, é importante saber que a língua falada e com sotaque se refere a sua forma coloquial, ou seja, um jeito informal de usá-la. Assim, muitas vezes as regras gramaticais são deixadas de lado, e as gírias, abreviações e apelidos tomam conta do discurso. São justamente esses detalhes informais da fala, em junção com a sua pronúncia, que criam um sotaque.

Por que temos diferentes sotaques?

Além do sotaque carioca, temos também o paulista, o nordestino, o gaúcho, o mineiro… Todos falamos a mesma língua, mas cada um com seu "jeitinho". Uns enrolam o "r", outros enfatizam o "s". Há quem fale rápido, devagar e até cantando. São muitas diferenças na pronúncia do Português devido a região do País em que se vive cada um. Cada sotaque se caracteriza pela forma, intensidade, ritmo e melodia do som emitido ao falarmos. Ainda se somam as diferenças culturais, temporais e históricas de cada cidade, que resultam nas gírias.

Da onde vem o sotaque carioca?

O sotaque carioca, encontrado no Rio de Janeiro, é o que mais se assemelha ao sotaque português de Portugal. Isso porque a cidade foi sede da corte portuguesa entre 1808 e 1821. Desse período histórico, ainda ficam algumas características da fala carioca. O "tu", por exemplo, é frequentemente usado no lugar de conjugar o pronome da terceira pessoa "você".

Gírias de carioca

Gírias são termos da linguagem popular, muitas vezes específicas de uma determinada região, grupo ou época. No caso dos cariocas, as gírias completam seu sotaque. Podemos ver, por exemplo, que na fala carioca os adjetivos "maneiro" e "irado" são mais usados do que o "legal". Outros adjetivos são: "cabeçudo" em vez de "inteligente", "canhão" no lugar de "feia" e "caô" sendo "mentira". Algumas expressões comuns no Rio de Janeiro também são: "partiu" e "demorou", para confirmar alguma coisa (algo como "vamos" ou "está bom"); "fala sério!", para expressar surpresa; "mermão" ou "brother", para chamar alguém (da mesma forma que o paulista usa o "meu").

Mania de...

Uma outra característica bastante comum no "carioquês" é a mania de colocar "ão" no final de algumas palavras, como: "malzão", "boladão", "bonzão" e "vacilão". Esse aumentativo pode ser feito com qualquer adjetivo.

A pronúncia

Talvez a característica mais famosa do sotaque carioca: a pronúncia diferente do "r" e do "s". Esses dois sons ganham maior força e extensão. O "s" passa a soar como um "x" e o "r", seco, está mais para um "h". Por exemplo, em vez de "mermão", com "r" enrolado, o carioca pronuncia "mehmão", com "r" forte e seco, quase o engolindo. Outra parte importante do sotaque carioca é a forma como as vogais são faladas: "a", "e", "i" e "o" são abertas, acentuadas e prolongadas durante a pronúncia. E, muitas vezes, até trocadas são: em vez de "teatro" ouvimos "tiatro", e no lugar de "bonito" temos "bunito".

Significados diferentes

Por causa da cultura local, muitas regiões adotam significados diferentes para algumas palavras. Essa característica nos leva à última dica: fale "biscoito" em vez de "bolacha"!

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